As luzes de Brasília já tinham se ascendido, e eu estava dentro da sala Nepomuneno no Teatro Nacional assistindo a "Mostra de VídeoArte Ultima Quarta". Mostra independente que apresenta diferentes faces da Videoarte. Todos os vídeos produzidos por artistas brasilienses. Vídeos de 1, 5 e até 13mn, e sem um tema estabelecido. Bom eu tava tentando achar a programação dos filmes, mas não achei.
Então, ótimos filmes. Dos que estavam lá, lembro esses nomes: Meta de Raquel Nava com uma edição incrível, que mistura movimentos, cores e outras coisas lindas. Í,Í,Í de Luiz Olivieri que mostra como rir, rir e Í é bom. Teve também Fish Maria, um outro falando das confusões do nosso querido presidente Lula nessa onda bêbeda que ele vive. Um outro que substitui um pedaço da árvore por uma fotografia (preguiça de explicar esse, mas tem um sentido legal). Ah, um muito bom "Ponha palavras na minha boca", filmaram várias bocas falando textos do cotidiano da vida de cada um e depois misturam todas as bocas, todo mundo junto, um arraso! E um sensacional sobre a TV, não lembro o nome. Mas colocaram um TV de plasma em frente ao telão. No telão mostravam imagens de alguém desmontado uma TV e cada vez que ele arrancava um pedaço (fio ou qualquer outra coisa do tipo que faz funcionar a TV), aparecia uma mão e soltava a peça, que caia num outro filme que estava passando na TV de plasma, e ai o diretor aparecia na platéia e entregava cada pedaço para platéia. Ah, acho que esqueçi de mais algum video, num lembro mais...
Mas então, depois de passar todos os filmes, chega alguém e fala que tinha acabo de fazer um filme e queria mostrar. Começaram a passar, eles realmente tinha acabado de gravar.
A gravação era o seguinte:
Narrador: - Brasília, 26 de junho de 2006. Estamos chegando aqui na Catedral.
Ele tava filmando umas 10 pessoas vestidas com botas brancas de plástico e nas mãos um refletor feito de madeira e alguma coisa parecida com papel celofane vermelho.
Foram se aproximando dos holofotes da Catedral. Numa movimentação rápida, cada um colocando uma "caixinha refletora" em cada holofote. E então foi acontecendo o momento lindo e único na Catedral Federal. A catedral foi aos poucos ficando rosa, um pouco mais, um pouco mais e pronto, a catedral tava linda demais, todo rosa, quase um vermelho.
Derrepente...
Narrador: Galera, vazaaaaaaaa, os pm's chegaram!
Todo mundo saiu correndo. E a Catedral ficou ali, parada, rosa, por uns quatro minutos....
Então o carinha que trabalha na Catedral chegou, e pronto, foi tirando as caixinhas uma a uma, e a Catedral foi como num degrade, perdendo a cor...
E tudo voltou ao normal.
Foi muito bom de vê e sentir aquele momento, e as pessoas que estava assistindo, com olhos brilhantes e coração disparado vibrava se parar, as palmas preenchiam todo o Teatro Nacional Cláudio Santoro, aquela salinha, a menor do teatro, ficou enorme.
Que venham mais e mais intervenções urbanas!!!
Esse vídeo deve e merece ir pra algum festival, e daqui a pouco devo ser disponibilizado na internet, eu espero.
Muitoooooooooooooooooo bommmmmmmmmmm!!!! Amei!!!!!!E vamos participar dessas mostras, muita coisa boa pra se ver e sentir, com certeza!
